24 outubro, 2008

A HISTÓRIA DAS COISAS

ENCONTRO


Encontro de Educação Ambiental inscreve estudantes e profissionais

O Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Ambiental de Sergipe (Gepease), em parceria com o Projeto Sala Verde, promove dos dias 10 a 13 de dezembro o Encontro Sergipano de Educação Ambiental na UFS.Com objetivo de proporcionar a reflexão coletiva sobre os novos rumos da área no Estado e construir propostas de políticas públicas, o encontro tem como público-alvo graduandos, pós-graduandos, professores de todas as áreas de ensino e interessados no tema. As inscrições estão abertas até 10 de novembro na Sala Verde, situada no prédio da Reitoria, corredor da Proex, das 8h às 11h30 e das 14h às 16h. O valor para estudantes de graduação é R$ 15 e para profissionais R$ 25.Confira o site do evento www.ufs.br/esea

07 outubro, 2008

PASSEIO SOCRÁTICO, por Frei Beto

Ao visitar em agosto a admirável obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, ouvi-o contar que na infância, vivida ali na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças "Quem trouxe a fome foi a geladeira", disse. O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc. A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade. Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável.
É próprio do humano - e nisso também nos diferenciamos dos animais - manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo, criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico. A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais. Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela.
Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos "Manuscritos econômicos e filosóficos" (1844), ele constata que "o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens".Portanto, "em si o homem não tem valor para nós." O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social. Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão.
Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, têm alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígine cultua uma árvore ou pedra, um tótem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém.Mas quantos de nós não cultuamos o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia?
Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife. Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista, a gata borralheira transforma-se em Cinderela...
Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade.
Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela, mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc.
Comércio deriva de "com mercê", com troca. Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas. Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira. Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" - diz Jean Baudrillard - "nem mesmo a ordem que a destrói." E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja.
Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado, estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico:
Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia:
"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".

06 outubro, 2008

CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO, por Lícia Dantas Hora


Ao pensar em educação comete-se quase sempre um engano, pois a atenção volta-se para a escola, espaço destinado ao conhecimento, à aprendizagem. A saber, a educação tem seu início muito antes desta fase escolar, e se estende por toda a vida, porquanto o homem vive uma infinidade de experiências, revelando-se um ser em potencial para conhecer, conviver, agir, sentir, pensar, entre outras peculiaridades, que o transforma numa espécie altamente especial.
Ao nascer, o ser humano é frágil, dependente e exige cuidados da mãe, do pai, daqueles que o cercam; é o seu primeiro contato com o meio, a sua primeira adaptação diante do novo, cuja recepção poderá ser adequada e conveniente para a boa formação física e mental ou não. Sabe-se que a criança deve ter suas necessidades atendidas, cuidadas, e que, independente da condição sócio-econômica, ela deve viver seu pleno desenvolvimento natural, extraordinariamente singular ao homem.
Educado para a vida, será livre, ciente de suas potencialidades, da inteligência que lhe é própria, sabedor de suas responsabilidades, seja durante a fase escolar, no trabalho, ou nas suas ações perante o próximo. Uma educação, portanto, proveitosa e moldada a este ser racional e sociável, que estará pronto para assumir suas escolhas.
Logo, a construção de um cidadão está intimamente ligada à sua educação sócio-moral; à sua preparação para viver com discernimento, absorvendo e fazendo o bem, e sabendo desvencilhar-se da violência que ameaça arrancar a liberdade de ser feliz em toda a sua plenitude. Cabe, portanto, ao próprio ser humano, a garantia de melhorias para a vida em prol do desenvolvimento apropriado à criança – futuro cidadão.

04 outubro, 2008

Evento na Faculdade Amadeus

Ana Maria, Lícia Hora, Prof. Pedro Demo, Profa. Maria Auxiliadora, e Cristiane Batista
I ENCONTRO INTERDISCIPLINAR DA FACULDADE AMADEUS
(retirado do site: www.faculdadeamadeus.com.br)

Todos os anos, 26 bilhões de toneladas de gás carbônico são despejadas na atmosfera do planeta Terra, enquanto os sistemas naturais só conseguem absorver 11 bilhões. O que fazer com as 15 bilhões de toneladas que ficam acumuladas todos os anos é um dos grandes desafios da gestão ambiental. Esse foi um dos temas abordados pelo doutor em Ecologia pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do programa de Educação Ambiental da Universidade católica de Brasília (UCB), o sergipano Genebaldo Freire Dias, durante o I Encontro Interdisciplinar Gestão e Educação Ambiental da Faculdade Amadeus (Fama), coordenado pelo Prof. Doutorando Vinicius Nejaim.
Durante a palestra, que aconteceu na sexta-feira à noite, Freire proporcionou aos cerca de 600 participantes do evento momentos de reflexão sobre a atual situação ambiental no planeta Terra. “Isso não se resolve só fazendo coleta seletiva. É muito pouco. É preciso um esforço conjunto”, disse. Segundo ele, o cenário chegou a tal ponto que, como não dá mais para reverter, só restam duas opções: a adaptação e a mitigação.
Com mais de 30 anos dedicados à pesquisa sobre gestão ambiental, Genebaldo Freire disse que é preciso se refletir a respeito da crise de percepção que a humanidade vive. “E isso é o que, em muitos casos, está impedindo as respostas adaptativas que nós precisamos desenvolver rapidamente”, disse. Ele entende que, diante disso tudo, é fundamental que as pessoas entendam que vivem confinadas num planeta que tem limites e praticamente todos eles já foram superados.
Sergipano natural do município de Pedrinhas, Genebaldo Freire Dias há 30 anos deixou o Estado. Doutor em Ecologia pela Universidade de Brasília (UnB), atualmente ocupa os cargos de professor e pesquisador do programa de mestrado e doutorado em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília (UCB), onde coordena o Projeto de Educação Ambiental. Possui 17 livros publicados sobre o tema, entre ele “Populações marginais em ecossistemas urbanos”, “Educação Ambiental – princípios e práticas” e “Atividades interdisciplinares de educação ambiental”.
AprendizagemDurante o I Encontro Interdisciplinar da Fama, realizado pelo Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Formação de Professores (Nupe), órgão suplementar da Faculdade, que tem como coordenadora a Profª. Dra. Maria Auxiliadora Santos. Os participantes tiveram a oportunidade de ouvir a palestra ministrada pelo professor titular da UnB Pedro Demo, na noite de quinta-feira. Com o tema “Desafios da Aprendizagem”, o palestrante abordou durante sua explanação para a platéia que lotou o ginásio do Colégio Amadeus o atual sistema de educação no país e os desafios para que os alunos possam efetivamente aprender.
Para Pedro, o grande desafio da aprendizagem é que no país ainda se aprende muito mal, apesar das mudanças feitas na educação.“O mundo exige cada vez mais pessoas com cabeça bem feita, capazes de pensar, propor idéias. Precisamos estimular os alunos a pesquisar, elaborar, promover a autoria e autonomia”, disse, ressaltando que o objetivo da sua palestra foi sugerir algumas idéias mais produtivas e calcadas em teoria mais modernas para melhorar o processo de aprendizagem.
De acordo com o diretor Acadêmico da Faculdade Amadeus, Joaquim Machado, a primeira edição do encontro interdisciplinar foi uma oportunidade de intercâmbio de conhecimentos. “Hoje é um dia de crescimento na Faculdade Amadeus e tenho certeza que é o marco de uma nova educação nessa instituição”, afirmou.
Durante o evento, aconteceu a entrega do Prêmio Fama Mérito Profissional. Em sua segunda edição, a homenagem foi concedida aos professores Pedro Demo e Genebaldo Freire Dias. O prêmio foi criado no ano de 2007 para destacar e homenagear profissionais comprometidos com um mundo melhor e mais justo. O I Encontro Interdisciplinar da Fama foi encerrado no sábado pela manhã, com a realização de dez mini cursos.

03 outubro, 2008

Obras de MACHADO DE ASSIS

Visitem o site: www.dominiopublico.gov.br
... e vejam a Homenagem aos 100 anos do falecimento de Machado de Assis.

DEMOCRACIA

“Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém”. Jacques Rousseau.